" SAUDADE "

" SAUDADE "
Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recuar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida. (Pablo Neruda)

sexta-feira, 30 de março de 2012

ADORO-TE


Agora...
No limite das horas...
O último instante...
Preciso dizer-te...

Por um momento,
Calam-se minhas palavras,
Vêm às lembranças,
E a veemência do teu olhar,
Declama o valor das meninas dos teus olhos,
Fazendo-me admira-lo.

Agora...
No limite das horas...
O último instante...
Preciso dizer-te...

Quero-te bem,
Sereno e zen,
Menino andante,
Sentinela dos teus desejos,
Intenso na busca do teu equilíbrio,
Tua paz,
Pescador da benevolência congênita.

Agora...
No limite das horas...
O último instante...
Preciso dizer-te...

Sou amiga,
Mulher de um coração sem feridas,
O devaneio que almejares,
A feliz vivente tracejando sabedoria e fé,
Ansiando a grandeza do amor em sua plenitude.

Agora...
No limite das horas...
O último instante...
Preciso dizer-te...

Falo-te no imaginário fim dos tempos,
E falo-te na legitimidade do presente momento,
Teu sorriso...
O fascínio do teu semblante,
Tuas mãos...
Tua voz...
Teus sentimentos em extensão eloqüente...
Adoro-te!

Carla P. Bezerra

O Milagre da Vida

Como é belo o milagre da vida
Desde a água que mata a sede
nascida na mais dura rocha
A árvore que brota no campo
dando sombra e frutos

O botão que desabrocha na roseira
doando mais beleza ao jardim.
As folhas que caem no campo
anunciando a primavera.
A chuva que regra as plantações
fazendo brotar a vida.

Assim, você é para mim:
A água que mata a sede do
meu espírito...
A mais bela e perfumada rosa
do meu jardim é você.

A estrela que erradia luz e alegria
em meu caminho.
A chuva de carinho que regrará
nossa amizade.
Anseio por ouvir sua gargalhada
de felicidade, porque não há som
mais iluminado do que
a gargalhada de um amigo.

O milagre da vida é escrever
sua história tendo a certeza que você
deixou sua bibliografia gravada
no coração de alguém.

(Sirlei L. Passolongo)

terça-feira, 27 de março de 2012

Convoco-te,delírio! Como frenesim

Convoco-te, delírio! Como frenesim que me abana a alma num sismo imenso, quero estremecer, oscilar e fazer ruir os pedaços soltos, instáveis e loucos, que como parasitas se agarram às paredes exteriores do meu universo. Preciso deste solavanco, para sentir o arrepio de um novo século, para perceber o amanhecer de um novo momento, cá dentro, bem no alicerce que segura a estrutura oca da minha essência. Quero acordar de novo, sair das profundezas e ser criatura que se ergue no voo, que se perde por entre a luz das estrelas, como uma vontade que se liberta, como um animal selvagem que já não hiberna. Ouve-me, escuta o meu grito de satisfação, forte como um trovão que cruza os céus, que reverbera no teu corpo imaculado, fazendo o eco transformar-se em música, fazendo os sonhos acordarem, transformando a tua alma na minha musa. É por ti que vibro, como sino, anunciando o advento de um novo e eterno momento. É em ti que estremeço, quando mergulho no vazio imenso, para descobrir a centelha que ilumina essa pequena esfera que é o nosso mundo.

0 sentiram

segunda-feira, 26 de março de 2012

Meditação

Autor- Druida Noite
Sabes, às vezes perco-me no meio das brumas dos meus sentidos, tentando perceber os caminhos que devo trilhar, as vontades que devo viver, e, aqueles momentos que preciso guardar, como lições que devo aprender. Nos momentos de profunda meditação, sinto na pele os arrepios que a música me provoca, que a ausência do teu toque me recorda, nas saudades que tenho de poder olhar-te, na profundidade dessa floresta onde moras. É assim que busco na alma as forças de que necessito para erguer os braços e lutar, para calçar as sandálias e caminhar. Esta vereda por onde desço as encostas do teu promontório é o destino que me há-de levar ao centro do teu planeta, onde mergulho nas cores da tua paleta.

ÊXTASE

Fazia falta essa sensual saudade de corpos
que arrepiam as peles, provocam o êxtase
em quem vai deixando-se amar na cena...
Essa coisa de lençois ardentes na leveza
das açucenas...
Dizer-se assim, do amor, esparramado sobre
o céu da cama...e nela a dama das estrelas.
Fazia...
Trazer o amante e a sua mão, a emoção,
esse suspiro,
sonhar aberto nos corpos despidos
no climax consentido do pecado original.
De espiar na fechadura as próximas cenas
e povoar a minha cama.
Fazia...
Delirar o instante, o fecundo ato da entrega,
que depois, bem depois
dormiu poesia!

Ana LUiza (coisas de Ana)