Chegarei a esse amor
pelo próprio destrato
que ele me empresta
pelo seu avesso, o reverso
pela porta menor, retrato
de luz aquecida
Chegarei a esse amor
amando o lado opaco
que se infiltra e bruxuleia
nas quietudes mais cerradas
pelo círculo de giz, pacto
por onde renasço da cinza
Chegarei com o hálito antigo
a calça de brim
o chinelo, a bombacha
na mala da memória
e a palavra, irmã de insônia
cisma
que habita o desatino
com seu sopro alumbrado
Chegarei a esse amor
sem explicações ou fórmulas
com o coração aberto
na manhã de sombra
Luiz de Miranda
a Alice de Salles
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