apreciando em ti a poesia do momento. Olho-te, não como quem te cobiça o corpo, mas como quem aprecia a beleza das linhas, a cor das sombras, cada contorno que com delicadeza vais revelando. O prazer não se prende apenas com as segregações corporais, com gemidos e ais. Há um prazer sublime, que degusto no silêncio da tua intimidade, quando me sento num canto e assisto ao bailado do teu corpo sendo despido. Esse instante, revestido de subtis traços de sensualidade é um pedaço de tempo que se suspende, com a respiração de quem como eu te sente, em cada entalhe, em cada nervura dessa imensa loucura que é ver-te descobrir o corpo num acto do quotidiano, sem ensaios ou intentos, apenas como consequência da necessidade do descanso. Nem te apercebes que te olho, que idolatro a sensibilidade da tua pele, na distância ínfima que nos separa. Que enlouqueço de luxúria.
Druida Noite