" SAUDADE "

" SAUDADE "
Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recuar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida. (Pablo Neruda)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Oitenta Anos...

Imagem by Quoc Dink
( Homenagem ao pai que fez 80 anos)

Não me chamem idoso
pois vivo com os mesmo sonhos
que da vida recolhi...
Foram poucos os que vi partir
logo os renovei
da vida tudo o que fiz
foi por amor
com a paixão que de Deus recebi!

Agora bem sei que o meu corpo
já não é igual e que mal tem isso!
pois se aqui cheguei
aos oitenta anos de um mapa conciso
é para continuar a louvar
aquele que me entregou tudo o que preciso!

Também fui errante
e quem não foi?
Perfeito é aquele
que me trouxe até este dia
que comemoro com muita a alegria!

Ana Coelho

Fios de luz...

Imagem by Dialektus


Do sol se fez sangue
gota a gota a deslizar
em fios de luz
do ventre que lhe produz vida!

Do negro nascem as formas
no oculto visível
tocado com os sentidos
vertidos do alaranjado
ao fim do dia...

Quando da noite
se entrega a voz ao silêncio
os batimentos são íntimos...

O cordão já mais se quebra
o germinar foi alegre
uma explosão colorida
já mais esquecida em toda a vida!

Ana Coelho

Cadências cálidas


Imagem by Dialektus

Masturbo o pensamento
nas chamas do pântano
a luz quebra-se
e ainda a noite não caiu
nos mantos do horizonte…

Peregrinas emoções
que se sacodem pelos dedos
mornos de cinzas
a esvoaçarem pela terra…

Os verbos apocalípticos
soltam-se como penas
os dentes choram nostalgias
em união dos maxilares dormentes
…voam penas
num ar cansado
as esferas do planeta
imortalizam as cores
as partículas do vento
violam as cadências cálidas
o rio espera a nova vaga.

…e eu fico nas margens
em busca da ponte que as une
…a colossal imensidão
que se enquadra
…no meu olhar as águas estão serenas
prontas para o encontro
magistral com o mar
na foz do cais!

Ana Coelho

Ausência

Imagem by Otto Roth

Deitei-me.
Procurei as marcas de ti
no lugar vazio, na minha cama,
mas não existiam mais.
Ausência de ti…
Quero chamar-te,
mas as palavras não saem,
estão presas pela emoção.
Toco o lugar vazio ao meu lado…
Acaricio-o, lentamente,
chamo-te.
Onde estás tu agora,
qual a cama que aqueces?
Qual o corpo que tocas?
Olho as minhas mãos vazias…
E choro.
Preciso de ti…
Desespero…
Perco-me num rodopio de pensamentos.
Mas porquê?...
Preciso apagar-te desta cama vazia,
preciso deixar de sentir o teu cheiro
na minha almofada…
Cheiro, que não se apaga mais,
que está impregnado em mim.
Marcou-me como posse.
Sim…
Mesmo assim sou tua,
pois teceste o nosso caminho
nas ondas do meu corpo.
Marcaste em cada sítio,
novas emoções,
novos rumos e novos começos.
Sinto as tuas mãos que o percorreram,
mãos sábias,
mãos de amante.
Instruíste o meu corpo,
moldaste-o a ti.
Sinto a tua ausência,
ausência de carinho.
Sinto…
Sinto a ausência de ti.
O teu lugar na minha cama está vazio,
continuo à tua espera…!


Nina M.

A Saudade Quer...

... A Saudade quer ...

não deixo levar,

Este meu amor por Ti que está

escrito na alma.

Nina M.
Imagem by Quoc Dink

Solidão

Olhei pra janela e vi o céu em

sua plenitude cheio de, esplendor,

Olhei pra mim e vi solidão,

Sofrendo querendo ter teu

Amor...

Angelo Costeiro

Magoa...


Imagem by Quoc Dinh

Dói sentir,
Dói cada letra
desenhada com a tinta da Alma...
Cada palavra escrita
em lágrimas derramadas.,
escritas com a pena pesada
do teu sentir magoado.
Deixaste um serpentear de palavras
que me envolveram...
Doeu... e ainda Dói...
A dor da saudade destrói.
Palavras marcadas
por um profunda dor sentida.
Marcaste-me a Alma,
meu pedaço de vida.
Desnudei o meu corpo
tanto como desnudei minha alma.
Neles deixei marcado,
e perfeitamente gravado,
que és o anjo de Mim.
Marquei-as com letras de fogo,
para serem sentidas no perpéctuar do tempo
e nas linhas da vida.

Hoje e Sempre.

Deixas-Me Sem Saber...















Imagem by Dialektus

Sem saber o que fazer
O que realmente queres
O querer o que não queres
Simplesmente medo
Medo do que realmente queres
Não sei como dizer
Não sei como te fazer acreditar
Dizes que não me queres
Dizes que não me sentes
E apenas tens medo de sentir
Medo de amar de novo
Medo de sofrer de novo
Medo de cair de novo num poço sem fim
Fim de felicidade
Inicio de tormentos
Negrume de alma
De sentidos apurados que entorpecem
Sentimentos que adormecem
Medos que renascem
Pavor de sofrer
Apenas porque um dia sofres-te
Um dia cais-te
Caí, ergui-me, caí de novo, ergui-me de novo
Tem sido assim o meu tormento
Quando deveria de ser a minha vida a ser vivida
É apenas um caminho de mágoa
De saudade do que nunca tive
Do desejo do que algum dia irei ter
Talvez um dia entendas
Talvez um dia tu me dês valor
Talvez um dia, seja tarde demais
Talvez um dia não espere por ti o resto da vida
Não sei mais como te dizer
Como ganhar a tua confiança
Quando tu me abalas os alicerces
De tudo o que tenho por garantido
Dizes apenas, Um dia…
Sinto-me vazio com essas palavras
Perdido no meio de nada
Apenas vazio de tudo…

Carlos Fonseca